quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Desencana!

"Tire férias de todo esse tempo que passou querendo compreender o SENTIDO das coisas.
Elas não têm o menor sentido"

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

sábado, 2 de janeiro de 2010

NA MINHA OPINIÃO, FANTÁSTICO!

MURO BOM TEM CACO
POR FABRIZIO BARON

"Todo dia aparece uma nova conclusão sobre qualquer assunto. O que era bom hoje não é mais amanhã. Saudável pro método científico, a dúvida gera investigações que descartam uma idéia em prol de outra melhor. Esse processo se chama evolução, inimigo natural de tradicionalistas e religiosos. Porém, quando se pergunta algo sério para maioria dos políticos, a resposta é sempre em cima do muro. Confrontados em discussões polêmicas, relativizam tudo e não escolhem lado algum, pois não querem ser "desagradáveis". Uma opinião firme sobre, por exemplo, a questão da corrupção moral brasileira teria muito mais valor se fosse aplicada na prática. Enforcar ou envenenar um deputado filho da puta de vez em quando não seria extremismo, mas um ato de justiça na situação de emergência que vivemos. A seguir, algumas opiniões randomicamente sangradas e caídas do muro.

Enquanto se decide aonde vão os malditos e inúteis acentos gráficos das línguas latinas, alguém já leu todo o manual em inglês e inventou outro produto. Não fosse a língua inglesa, a revolução industrial não teria acontecido. A educação brasileira não prepara pessoas inteligentes, prepara vestibulandos estressados. Brasileiro é apaixonado por carro e odeia a vida, pois não sabe dirigir e morre por incompetência. Apenas sociólogos ainda creem que a má distribuição de renda seja o motor da violência. Israel é cercado por terroristas e é muitas vezes mais seguro que aqui.

O presidente do Irã é a prova da imortalidade da alma, no caso a de Hitler. O presidente do Brasil é uma alma brincalhona em cima dum muro sem caco de vidro. A questão agrária já não mais é uma causa social, mas um caso de polícia. Há 20 milhões de cães abandonados no pais pelo mesmo motivo de existirem milhões de favelados: nada é feito em tempo e com energia. O muro de Berlim tinha dois lados: um progressista e outro igual ao Fórum Social Neanderthal. A divisão de classes brasileira é mantida por playbas que não se importam em pagar três vezes mais por qualquer coisa que lá fora é acessível a todos. O transporte público daqui é perigoso, lento e poluidor, pois utiliza diesel com alta concentração de enxofre. Pela força do cinema, mil anos de história alemã ficaram manchados por alguns anos de imbecilidade nazista. Todas as religiões foram criadas por pessoas de saúde mental discutível. Jesus provavelmente não existiu, pois mulheres virgens não dão cria. Em nome de qualquer deus já se matou toda a humanidade inúmeras vezes.

Qualquer concurso de beleza que aceita mulher plastificada não tem validade lógica alguma. Nunca existiram comediantes internacionais que fossem brasileiros pois nossa própria realidade é uma comédia de humor negro e ruim. Pseudociências como astrologia, numerologia, tarot e romance ocupam boa parte do cérebro das brasileiras que não fazem sexo. A disciplina que tem o pior desempenho no ensino público é a matemática, e a profissão mais bem paga é a de juiz. Nunca existiu justiça no Brasil, pois como Darwin citou quando morou no Rio, todo corrupto tem pistolão e dá carteiraço. Eventualmente a vida neste planeta vai continuar sem a presença humana. Arrivederci, Gollum.
"

Texto retirado da coluna I SHOT MACUNAÍMA da revista VOID.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

UMA MENSAGEM PARA O ANO NOVO

Hoje é o primeiro dia do ano de 2010. Já rezei, acendi velinhas e incensos para o meu buda, organizei meus pensamentos para que no ano que entra eu seja uma pessoa melhor. Agora tô aqui fazendo o que ultimamente tenho gostado muito: deitada na minha cama lendo livros e escrevendo um pouco sobre coisas que penso, que quero e que não quero mais.

Nos últimos dez dias de dezembro venho me sentido meio estranha... Mas uma estranheza boa, diga-se de passagem. Finalmente pude clarear e ensolarar algumas idéias, apesar das chuvas ininterruptas e dias cinzentos que sempre influenciaram muito o meu estado de espírito.

E hoje ao acordar e revirar os livros de minha mãe à procura de boas palavras me deparei com um especial que ela me disse ser o seu "livro de cabeceira". Eu já havia lido e sou fã dessa escritora, Marina Colasanti. Então abri em uma página aleatoriamente e para minha surpresa fui presenteada não com boas palavras, mas com a tradução exata do momento que estou vivendo. E gostaria de compertilhá-las aqui no blog para quem quiser ler.

"A verdade é que a maioria das pessoas não é exatamente feliz. O que não equivale a ser infeliz. E aqui precisamos afinal tentar definir, ainda que de forma aproximada e, talvez, involuntariamente nebulosa, o que é a felicidade.

Felicidade não é alegria, embora possam andar juntas. O ser sempre alegre, esfuziante, brincalhão, pode no fundo não ser feliz. E uma pessoa feliz pode, por profunda consciência do mundo e de seus problemas, não ser alegre.

A felicidade, creio, é a proximidade de um conhecimento maior de si e dos outros, a possibilidade de uma maior integração com o universo.

Felicidade e paz interior são irmãs, ou são a mesma coisa, não tenho certeza. E por paz não se entenda o acomodar-se bovino, mas aquela espécie de serenidade que se alcança não ao dominar os próprios conflitos, mas ao conviver plenamente com eles (ou ao aprender a conviver com eles).

Felicidade é, de alguma maneira, sabedoria. Mas há graus de felicidade, assim como há graus de sabedoria, podendo uma pequena felicidade corresponder a uma pequena sabedoria. Por isso a felicidade não é propriamente alegre. Porque o ser feliz é um ser reflexivo, voltado para a compreensão do mundo, que do mundo absorve não só a beleza, como a miséria. O ser feliz é aquele mais generoso, de alma aberta não só para si, como para os outros.(...)

No processo de atendimento e entendimento dos seus desejos, tente sempre manter-se ligada em você mesma, respeitando aquilo que você pensa, em vez de se preocupar com aquilo que os outros vão pensar.

Somos, socialmente, educados para dar "boa impressão" e nossa primeira reação é olhar para o lado e procurar nos outros o efeito dos nossos atos. O mesmo ocorre com a felicidade. Se somos felizes procuramos não demonstrá-lo muito para não despertar "olho grande", e se não o somos cuidamos de escondê-lo atrás de sorrisos automáticos e de falsos "tudo bem". A felicidade plena e a plena infelicidade são assim frequentemente escamoteadas."