quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

LEILA DINIZ

"(...)Sei que me arrisco a ficar sozinha e mesmo a um isolamento maior e absoluto, mas eu pago pra ver. Não é só atitude, é necessidade, é ser. Não vou deixar de procurar em mim, saber minhas coisas, meu caminho, minhas verdades e ser como sou. Fiz essa escolha, essa opção na vida e acho que ela vale as consequências. Não vou parar pra me acomodar às coisas mais "bonitinhas e limpas", às situações protetoras (que são também limitadoras e podadoras), prefiro ficar aí. No meio da briga, no meio da zona, nua. Parando em tudo aquilo que me interessar.
Somando, subtraindo, dividindo, multiplicando, tanto faz, tudo isso. Me interessa o saldo. E esse fica dentro de mim. É minha base, meu alimento, meu estofo, é disso que eu vivo. E se vivo assim é porque pra mim é essencial esse tipo de busca, de vida. Não posso sair, nem me proteger erradamente, nem me acomodar, não me importa também o fim, "aonde que eu vou chegar". Importa ir. Sei que me arrisco à solidão, se é isso que me perguntam, mas eu sei viver assim."

Trecho tirado do livro "Perfis Brasileiros - Leila Diniz" de Joaquim Ferreira dos Santos.

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